Agora eu entendo porque a maioria das mulheres depois que vira mãe não consegue falar de outra coisa: não existe outra coisa. É claro que não existe só o bebê na sua vida mas... Tudo é decidido e medido em relação a ele (no meu caso, ela): de quando você vai comer, a quando você vai tomar banho, o quanto consegue trabalhar, quantos pratos consegue ter no ar...
Isso me assusta um pouco. Eu sempre fui uma pessoa meio perdida no um milhão de coisas que eu quero fazer e não faço... Agora, perdida não consegue nem de longe começar a descrever. Eu me sinto num redemoinho, vendo algumas coisas girando ao meu redor, e quando dá estico o braço e toco em alguma. Nas últimas duas semanas, por exemplo, a Lívia ficou mais na Avó do que em casa para que eu pudesse trabalhar... E eu acho que exagerei na dose! E pior, nem consegui atender todas as demandas que eu tive -- consegui apenas deixar de ver minha menina direito, dormir menos de 04 horas por dia, comer mal, chegar ao final de semana esgotada (no domingo eu simplesmente apaguei), e sobrecarregar meus olhos (comecei a sexta-feira trabalhando no computador de óculos escuros, simplesmente porque eu não estava aguentando mais a claridade da tela).
Foi uma boa experiência conseguir me manter "ligada" por tanto tempo a um conjunto de coisas para fazer mas, eu simplesmente ferrei com toda a rotina mínima de casa -- não cozinhei, não lavei louça, não lavei roupa, não fiz absolutamente nada... E então dei uma paradinha no redemoinho e... Você nem imagina o caos em que tudo está.
Nessas horas eu desanimo... Desânimo mesmo! Desânimo no nível de querer ter uma varinha de condão, balança-la e dar um jeito em tudo. Para dar jeito nas minhas coisas, com sinceridade, só tendo o nível de motivação de Joseph Climber... Tentei usar essa metáfora com o meu digníssimo cara metade mas ele não lembra do vídeo! Então amor, em sua homenagem, aqui vai o meu herói.