Agora eu entendo porque a maioria das mulheres depois que vira mãe não consegue falar de outra coisa: não existe outra coisa. É claro que não existe só o bebê na sua vida mas... Tudo é decidido e medido em relação a ele (no meu caso, ela): de quando você vai comer, a quando você vai tomar banho, o quanto consegue trabalhar, quantos pratos consegue ter no ar... Isso me assusta um pouco. Eu sempre fui uma pessoa meio perdida no um milhão de coisas que eu quero fazer e não faço... Agora, perdida não consegue nem de longe começar a descrever. Eu me sinto num redemoinho, vendo algumas coisas girando ao meu redor, e quando dá estico o braço e toco em alguma. Nas últimas duas semanas, por exemplo, a Lívia ficou mais na Avó do que em casa para que eu pudesse trabalhar... E eu acho que exagerei na dose! E pior, nem consegui atender todas as demandas que eu tive -- consegui apenas deixar de ver minha menina direito, dormir menos de 04 horas por dia, comer mal, chegar ao final de semana esgotad...
Posso pensar fora da caixa? Não posso! Pra pensar fora da caixa, preciso primeiro pensar dentro dela. E minha vida está em caixas: De bagunça, de materiais, de DVDs, de CDs, de lápis de cor. O que mais você encontra por aqui? Pensamentos encaixotadinhos sobre cinema, música, livros, ilustração e organização -- ou melhor, sobre a tentativa se organizar. Chega mais você também! Não tem bolo, mas é quentinho!