Imagem original por NVTOfficeClips |
Estou pensando nisso há 06 meses... Dessa vez, o que foi realmente a gota?
Com o tempo eu fui descartando suspeitos. Não foi simplesmente o dinheiro (ou falta dele). Ele já havia começado a faltar há tempos, consumiu minhas economias (coisa que eu não perdoo, a mim mesma, por ter deixado acontecer), e se eu estivesse mais séria a esse respeito, teria dito "Chega!" bem mais cedo. Não foi também a questão de diferenças de visões -- embora eu tenha ficado extremamente mais convencida que "sociedade" é mesmo um casamento... E que casamentos por conveniência estão fadados ao fracasso. Também não foi o meu cansaço com relação ao "fato" de que todos os meus defeitos são avassaladores para o processo, as qualidade irrelevantes e que todos os motivos do fracasso estão na variável. Não deixa de ser irônico quando você percebe que a pessoa sempre tem explicações para falhas e fracassos que acontecem na associação dela com outras pessoas... O fracasso acontece, sempre, independente das variáveis (as outras pessoas), e a pessoa nunca para analisar o aspecto fixo da equação... Não deixa de ser interessante observar essa cegueira seletiva -- embora não seja nem um pouco interessante ser eleita como ponto focal dela.
Mas há algumas semanas -- ou dias, cabeça de grávida perde a noção -- quando eu cheguei a conclusão do que realmente quero fazer (e vi que deve ser a coisa certa, dado que o ânimo persiste, e eu consigo ter a vontade de me aprofundar mais no assunto, coisa que não tinha com outras iniciativas), que o verdadeiro motivo, dessa vez, foi muito mais sutil. Assim como eu larguei um dos meus primeiros empregos porque minha chefe, que escrevia mal e errado ficava corrigindo meu texto -- para pior -- e isso me deixava enfurecida na minha identidade de redatora publicitária; dessa vez a minha identidade de publicitária também foi ferida de morte. E para ser sincera, eu nem sabia que ela andava tão viva para não admitir afrontas. Quando você fica anos trabalhando e se especializando numa área que não é sua, e quando existe a oportunidade/necessidade de realizar atividades de sua competência (a minha identidade publicitária não leva em consideração se havia tempo para isso ou não), e alguém contrata um "sobrinho", recém saído das fraldas universitárias, sem nenhum conhecimento do seu negócio, só porque ele é o espertinho em um lago de bobos, não dá para aturar. Especialmente quando a pessoa acredita que, se ela não sabe o que faz, isso significa que os demais também não sabem -- deve ser o que acontece quando você passa todo seu tempo falante falando sobre seu final de semana e sua vida: você perde a noção que está se alienando sobre a verdadeira vida das pessoas.
Seja como for... Obrigado "Tio" e "Sobrinho": espero sinceramente a sua realização "familiar". Eu é que não vou mais me rasgar, me abater e assumir o meu modelito "bode expiatório do ano", para que todos possam ficar felizes com o seu papel de "injustiçado por aqueles que tanto apoiaram". Não tenho mais nada a dar a tudo isso... Para mim, foi a gota d'água.
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